Anda para aí
uma grande alegria, porque, em determinado país, se provou mais uma vez que a
maioria da população já se cansou da política e o que pede ao governo é só que
se deixe estar. Podia-se acrescentar um outro voto implícito na manifestação da
maioria: que o governo reduza cada vez mais o âmbito geográfico das
preocupações nacionais… É a hora da mediocridade e do cepticismo. Mas o que é
verdadeiramente grave é que homens que se julgam detentores da herança
greco-latina, e para mais cristã, se revejam no pântano, como quem se felicita
por se sentir atolado.
Dentro da tradição greco-latina, reforçada e
dignificada pelo Cristianismo, o homem é um ser essencialmente político – e a
Política é obra das nossas mãos.
Claro que um homem isolado, ou único,
seria ainda homem: mas a sua existência estaria a contrariar a sua essência.
A visão monárquica do homem não é
mutiladora: a Política continua a ser vocação de cada membro da sociedade
nacional.
Afastemos como sacrílega a satisfação por
vermos um povo régio (como dizia Péguy) mirrar entre as mãos de um homem (1).
A unidade do Poder que o monárquico
defende não se traduz no esvaziamento político do Povo. O Rei garante ao
conjunto nacional a máxima dignidade política. E cada homem há-de participar
nessa dignidade.
Ora o modo
humano de participar não pode senão exprimir-se em actos humanos, actos em que
intervenha a inteligência e a vontade. Actos livres.
(1) A França
do General De Gaulle. E outras Franças…
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