domingo, 2 de outubro de 2011

É tempo de tocar o sino!

O governo divulgou recentemente o chamado Documento Verde da Reforma da Administração Local.
Apesar de se chamar “documento verde”, apresenta critérios e calendários bastante amadurecidos, para aquilo que se assemelha a um novo “Mapa cor-de-rosa” (não é o das autarquias PS, é o africano…), impingido pelos colonos da Troika.
As tradicionais Freguesias, com origem nas seculares paróquias onde eram feitos os registos de nascimento, e que são ainda hoje o mais genuíno órgão de poder das comunidades locais, vão ser reformuladas com base em critérios demográficos, em nome de uma suposta modernização. Significa isto que a identidade cultural comunitária, as tradições e mesmo a organização territorial histórica, serão simplesmente trituradas por uma máquina estatística que apenas olha as pessoas como números.
Segundo o calendário publicado, temos 90 dias nos meses de Novembro, Dezembro e Janeiro, para debater este assunto nas assembleias Municipais e de Freguesia. Se não houver informação, e um toque a rebate para despertar consciências e motivar a participação das pessoas na definição dos seus destinos, tudo será decidido de forma mecânica pela administração central. A nova lei deve estar aprovada até ao final de Junho. Claro que já se percebeu, que o interesse de alguns é mesmo transformar o que deveria ser um grande debate popular, numa mera negociata de salão. Depois virá a apresentação do facto consumado, atirando responsabilidades para a Troika e para a falta de participação durante os tais 90 dias.
Importa pois que nos apresentemos nas assembleias municipais e de freguesia para exigir a informação e o debate. Este é um assunto que não pode passar ao lado das populações, e que deveria ser objecto de referendos locais (se não servem para isto, servirão para quê?). Caso contrário muitos se arriscam a que, no próximo Verão a “sua” Freguesia tenha desaparecido, e tomem disso conhecimento por uma qualquer notícia de jornal. O poder ficará mais longe em nome de uma suposta “maior proximidade entre os níveis de decisão e os cidadãos”. É tempo de tocar o sino!

Sem comentários:

Enviar um comentário