domingo, 31 de julho de 2011

Alexandre Herculano - Que o País seja Governado pelo País




“…É por isso que queremos a verdade do Governo representativo, que proporciona à razão os meios de se produzir e manifestar pela discussão, de ser consagrada pela eleição, e de reduzir constantemente o poder de facto à soberania de direito pelo processo das fórmulas constitucionais. Por isso, afirmando a harmonia da utilidade social com a justiça absoluta, derivamos aquela desta, e não acreditamos que nos possam vir bens reais e duradouros da quebra dos princípios nem que da injustiça se possa seguir o progresso, nem que os fins devam santificar os meios, nem nenhuma das máximas ateias e desmoralizadoras que o cepticismo tem tantas vezes pretendido introduzir no mundo político.
Mas, para que o sistema representativo seja uma realidade, para que a eleição, na base essencial, não seja uma vil comédia, para que as garantias sociais não sejam letra morta, sepultada nos artigos virgens do código da nação, para que o princípio de que o país deve ser governado pelo país seja uma realidade, queremos que a vida política seja  levada a todas as extremidades do corpo da nação. Queremos que a vida local seja uma realidade, para que o Governo central possa representar o pensamento do país. Detestamos todas as tiranias, seja qual for o nome com que se disfarcem, seja a tirania dos reis contra os povos, dos privilegiados contra a plebe, da capital contra as províncias, de uma facção contra o país ou de uma oligarquia de especuladores políticos contra a totalidade dos cidadãos. …”

1853 – in Opúsculos

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sábado, 23 de julho de 2011

O Integralismo Lusitano, hoje

Esta foi a última afirmação pública do Integralismo Lusitano, enquanto movimento de ideias, ainda em vida de Henrique Barrilaro Ruas (1921-2003) e Fernando Costa Quintais (1926?-2007). Pode servir como um dos pontos de partida e/ou de reflexão para a Resistência Popular Realista.

O Integralismo Lusitano, hoje

É:
...

1. Uma concepção geral do mundo e da vida (uma filosofia) coincidente com o que se pode chamar Humanismo Cristão (visão do Homem na sua totalidade, como pessoa e comunidade de pessoas livres, chamado a uma perfeição que, embora relativa, é imortal, mediante o processo hierárquico que o faz subir da esfera económica à política e desta à religiosa).

2. Uma visão geral da Política como realidade e idealidade do Homem na sua multiplicidade (homem social; homem comunitário; homem no mundo, responsável pela criação), enquanto propriamente humano, ou seja, considerado na sua essência mesma, teoricamente desligado quer da esfera económica, quer da religiosa; embora capaz de subordinar a Economia e de se abrir à Religião. Nessa visão do Homem, sobressai o ser histórico, como Tradição.

3. Uma visão geral do Povo Português como nação concretamente vinculada a um território mas capaz de se cumprir em qualquer parte da Terra, segundo uma intenção universalista vivida como serviço à humanidade em geral.

4. A defesa de uma constituição natural e histórica da Nação Portuguesa, fundamentada na dignidade da pessoa humana e na subordinação do indivíduo à comunidade, num sistema de instituições organicamente encabeçadas pela Instituição Real.

ass.
Henrique Barrilaro Ruas (1921-2003)
Teresa Maria Martins de Carvalho
Fernando da Costa Quintais (1926?-2007)
António Maria Oliveira Pinheiro Torres
Maria do Carmo de Almeida Braga
José Manuel Alves Quintas
Frei Francisco Martins de Carvalho O. P.

Lisboa, 10 de Junho de 2002.